CORONAVÍRUS - Prefeito decreta quarentena em Bonfim e institui toque de recolher

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Prefeito decreta quarentena em Bonfim e institui toque de recolher

Foto: Divulgação

Medida suspende atividades do comércio e de serviços não essenciais pelo prazo de 15 dias. Decreto também determina recolhimento noturno dos moradores.

O prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos), determinou quarentena, por 15 dias, no município. A medida restringe o funcionamento do comércio e institui toque de recolher a partir das 20h. O decreto foi assinado neste domingo (22) e faz parte do plano de contingência para enfrentamento do covid-19.

Com isso, estão proibidas atividades que possam aglomerar pessoas, como festas, shows, eventos esportivos e religiosos. Bares, restaurantes e outros comércios de serviços não essenciais devem permanecer fechados. Apenas farmácias, padarias, açougues, supermercados e postos de combustíveis têm autorização de funcionamento. Serviços de delivery estão liberados, mas devem obedecer as normas sanitárias aplicadas neste período de pandemia.

Estão suspensos também os atendimentos externos dos órgãos públicos, exceto os serviços essenciais de saúde, limitados a um servidor por setor, por meio de revezamento. O mesmo procedimento é recomendado aos demais órgãos públicos instalados no município.

O decreto ainda prevê toque de recolher a todos os moradores, a partir das 20h, podendo as autoridades da segurança pública utilizar as medidas necessárias para cumprimento. Fica instituído para o dia 13 de abril deste ano o retorno das aulas da rede municipal de ensino.

RECOMENDAÇÃO – O decreto recomenda a suspensão, por 15 dias, de atividades de ônibus, vans e táxis, que fazem rotas intermunicipais, de passeio e fretamento no município.

O não cumprimento das medidas estabelecidas no decreto implica em infração à legislação municipal, sob pena de aplicação de sanções que podem resultar na cassação da licença de funcionamento dos estabelecimentos.

COMITÊ DE CRISE – Na tarde deste domingo foi realizada uma reunião do Comitê de Crise Municipal, composto pelo prefeito Joner Chagas, por secretários municipais, a promotora de Justiça da Comarca de Bonfim, Renata Borici Nardi, e representantes da Polícia Federal, Polícia Militar, Exército e da direção do hospital administrado pelo Estado em Bonfim.

Ficou definido que serão instaladas barreiras sanitárias nas divisas da cidade. Lá ficarão profissionais de saúde que vão orientar a população sobre os cuidados e sintomas do novo coronavírus, bem como aferir a temperatura corporal.

O prefeito pede aos moradores que não estão trabalhando que fiquem em casa e reforcem os cuidados com a higiene, lavando sempre as mãos. Também que redobrem os cuidados com os idosos e pessoas com doenças crônicas, que são mais vulneráveis ao vírus. “Só vamos vencer essa crise se todos agirmos juntos. Estamos falando de uma ação coletiva. Não há férias. Há um esforço pelo bem de todos”, frisou.  

O chefe do posto avançado da Polícia Federal em Bonfim, Marco Antônio Caregnato, informou ao comitê que o fechamento da fronteira entre o Brasil e Guiana passou a ser total a partir da noite deste domingo. Desde a última quinta-feira, 19, o bloqueio era parcial.  “Ninguém vai passar. A exceção é para brasileiros que vêm de fora, que vêm de Georgetown, ou do garimpo, que poderão entrar no Brasil com o carimbo do passaporte. Poderão passar também os guianenses que sairão do Brasil em direção a Guiana. As cargas irão passar normalmente. Quem mora em Bonfim e trabalha em Lethem [na Guiana] ou vice-versa, terá que escolher onde ficar”, disse.

Na fronteira existe uma atuação conjunta entre integrantes da Polícia Federal, Exército Brasileiro e Polícia Militar. As equipes atuam em áreas divididas. Cabe a PF a fiscalização na fronteira e nas barreiras volantes, com o objetivo de coibir a imigração ilegal. Homens do Exército vão patrulhar pela extensão do rio Tacutu, que é o limite entre os dois países.

De acordo com o comandante da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar de Fronteira, capitão Bruno Almeida, a PM irá atuar no acompanhamento do decreto municipal. “Vamos orientar os moradores sobre o recolhimento domiciliar às 20h. E também vamos fazer rondas pela cidade para verificar se há pessoas em bares ou em estabelecimentos que estão proibidos de funcionar”, disse o militar.